E-commerce supera vendas em shoppings da Grande SP
Brasil desponta como principal mercado
de e-commerce da América Latina
Redes sociais influenciam compras da maioria dos internautas
 

O Golpe do Sushi

Chamar o pangaré de Silver não transforma ninguém em Zorro

O Recife é cidade dada a modismos gastronômicos. Houve uma época na qual havia uma profusão de “bares de picanha”. Depois foram pizzarias, caldinhos. A moda mais recente é de “bares de sushi”. Encontra-se sushi em toda a parte, até em churrascarias. Na maioria desses “bares de sushi” é possível, por R$14, comer quantidades absurdas daquilo que se convencionou chamar por aqui de “sushi”.

Já vou adiantanto ao leitor que aqui vai se tratar da importância do nome que damos às coisas. A percepção que temos das coisas é profundamente afetada pelo nome que nós, e os outros, damos a elas.

A maioria dos empresários acredita que possui em sua empresa um departamento de informática mas, na verdade, possuem apenas uma pessoa (ou um grupo de pessoas) que funciona como intermediário entre aqueles que não sabem quase nada sobre Informática e os fornecedores de produtos de informática.

Em empresas assim, a condução do uso da Informática é feita sem planejamento, ao sabor do desejo das pessoas por máquinas mais modernas, geralmente com novas funções que não interessam à empresa, mas que as transformam (as máquinas) em símbolos de status. Afinal, o computador do gerente não pode ter menos giga-bytes que o de seus subordinados.

Enquanto o parque de equipamentos da empresa cresce de forma desordenada, questões cruciais, como segurança e disponibilidade, são desprezadas. Ao fim e ao cabo, quando algum evento revela a fraqueza da empresa num desses itens, os assim chamados “informáticos” são responsabilizados, além de precisar trabalhar como loucos para eliminar a ameaça.

É preciso que fique claro que a missão do responsável pela informática de uma empresa não é instalar o driver de uma nova impressora ou formatar o computador quando um vírus ataca. Pensar assim é confundir o motorista com o gerente de logística. Ambos são úteis e importantes, mas possuem missões diferentes.

Uma empresa, qualquer empresa, de qualquer tamanho, precisa de um profissional que entenda a função da informática e de qual sua missão no apoio ao funcionamento da empresa, para que defina que recursos informáticos devem ser adquiridos e como eles devem ser usados.

E o principal motivo para não dar à empresa um serviço de informática que mereça esse nome é a percepção (errada) de que isso é caro. Agindo assim, o empresário pensa que está com o assunto resolvido.

Parafraseando Clemenceau, a informática é importante demais para ser deixada para o dono da empresa. A missão deste é gerir os recursos necessários ao atingimento dos objetivos da empresa. E entregar a responsabilidade da Informática para alguém despreparado é dar um tiro no pé.

Empresas assim são como os frequentadores dos “bares de sushi” que foram à “Quina do Futuro” porque acham que lá é tudo muito caro. Vão continuar a comer bolinhos de arroz com pedaços de peixe, aos quais foi dado o nome de “sushi”, pensando que sabem do que se trata.

   
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